Celebrada todos os anos na quinta-feira após o domingo da santíssima trindade, Corpus Christi, expressão latina que significa corpo de cristo, une os fiéis de todo o mundo. Eles se reúnem em torno da herança mais preciosa deixada por Cristo: a sua própria presença, transformada em sacramento de comunhão.
A festa teve origem na Diocese de
Liége, na Bélgica, por volta do ano de 1247. No Brasil, a celebração foi
instituída em 1961. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes ornamentados
originou-se em Ouro Preto, Minas Gerais, e a prática foi adotada em diversas
dioceses do território nacional. Em nossa Paróquia, todos os anos as
comunidades se dividem, reúnem-se e colocam toda a criatividade em prática,
dando uma demonstração de unidade e comunhão.
A propósito, o verdadeiro sentido de
“comunhão” é reflexão que este dia de ruas enfeitadas e comunidade em procissão
nos oferece. O Santo Papa Francisco fala: “A Eucaristia é o sacramento da comunhão,
que nos faz sair do individualismo”. Quantas vezes nós assumimos a necessidade
dos irmãos e irmãs, seguindo o que pediu Jesus Cristo aos seus discípulos:
“dai-lhes vós mesmos de comer”?
Os discípulos tinham pouco, mas foram
estes poucos pães e peixes que se multiplicaram nas mãos de Cristo e saciaram a
multidão. Assim deve ser a nossa vontade de comunhão. Argumentos como pouco
tempo, poucos recursos ou pouco conhecimento são superados quando há vontade de
assumir a dor ou a necessidade do outro.
E quando saímos do individualismo, nosso exemplo se multiplica, como os
pães e peixes do milagre.
Na família, no trabalho, na catequese,
nas ações sociais da comunidade, nos grupos de jovens e de casais sempre haverá
a oportunidade de materializar a fé, praticando-a com ações pelo outro. Isso é
comungar. A igreja de Cristo que comunga e celebra o seu corpo não pode
esquecer que está inserida em uma sociedade individualista e de cidadãos
isolados em mundos paralelos e virtuais. O cristão que vive a comunhão em
Cristo deve seguir na direção contrária. A igreja e a sociedade precisam do
sentimento coletivo. “Não devemos ter medo. Devemos nos colocar à disposição de
Deus com todas as nossas capacidades”, diz o Papa Francisco.
Os belos tapetes de Corpus Crhisti
lembram a unidade do povo que comunga uma mesma vontade: servir à Cristo,
vivendo e agindo pela comunidade dos seus filhos e filhas.
Colaboração: Giovana Pedroso